domingo, 15 de setembro de 2013

Lima, Peru - 11/8 - Parte 3

Depois do almoço seguimos para o Convento de San Francisco, ou Museu das Catacumbas, perto da Plaza de Armas e que infelizmente não pode ser fotografado. O claustro é muito bonito, e eu fui à loucura na biblioteca, com livros e bíblias muito antigos!

Fachada do Convento de San Francisco
O ponto alto são as catacumbas, onde a população de Lima era enterrada até o século XIX, quando o sepultamento de mais pessoas foi proibido e começaram a criar cemitérios. Estima-se que lá estejam os restos mortais de cerca de 25 mil pessoas. Hoje vê-se somente fêmures e crânios, porque eles colocavam um produto químico nos falecidos para acelerar a decomposição e conter possíveis epidemias, e esses ossos demoram mais para se decompor.

Foto do celular!
Do Convento de San Francisco seguimos para a Plaza Bolívar, ou Plaza de la Inquisición, onde estão localizados o Congreso de la Republica e o Museo del Congreso y de la Inquisición. No prédio onde hoje é o museu foi instalado o Tribunal del Santo Oficio, que funcionou de 1570 a 1820, quando deu lugar ao Senado peruano.

A casa ainda mantém alguns ambientes originais, como a sala de audiências, e também pode-se ver as celas onde os acusados de cometer crimes contra a igreja católica esperavam por sua sentença e os instrumentos e locais onde eles eram "gentilmente" obrigados a confessar.

Sala de Audiências da Santa Inquisição Peruana

Instrumentos de tortura

Uma das formas de tortura

Este foi um dia de muitas caminhadas, e ainda tínhamos que voltar a pé até a estação no Paseo de los Heróes Navales, para a estação do BRT. Chegamos de volta ao hotel no fim do dia quase sem pés e sem costas de tanto que doíam!

Descansamos um pouco e fomos ao Shopping Larcomar. Lá tem serviço de massagem express e abraçamos a ideia! Ajudou a aliviar um pouco, mas só um pouco.


Depois resolvemos comer numa lanchonete estilo Macdonald's chamada Bembos. É uma rede peruana que tem lojas em quase todo o país. Lá conhecemos a segunda bebida mais famosa do Peru, a chicha (lê-se tchitcha) morada, que é feita de um tipo de milho roxo muito escuro, quase preto. É muito gostoso, parece um pouco com o nosso vinho quente, só que gelado. Viciei nisso!

# A chicha morada é uma bebida refrescante feita a partir de um tipo de milho escuro cultivado na cordilheira andina chamado maíz morado. Para prepará-la, ferve-se o milho em água, junto com canela, cravo, casca de abacaxi e marmelo. Depois de fervido, coa-se e espera-se esfriar. Quando frio, adiciona-se açúcar, limão e fruta picada se quiser (normalmente maçã verde).
É comprovado que o pigmento do milho roxo (morado) impede o desenvolvimento do câncer de cólon, é bom para pressão alta, baixa o colesterol, promove melhor circulação sanguínea, além outras vantagens.#

Jantamos e voltamos para o hotel para descansar, que o dia foi longo!

Lima, Peru - 11/8 - Parte 2

A Plaza de Armas de Lima foi o local da fundação da cidade.

Li que o plano do Rei Carlos I era que a Plaza de Armas de Lima fosse rodeada pelos mais importantes edifícios do governo e a igreja, e assim foi feito. Em volta da Plaza estão a Catedral de Lima, o Arcebispado, o Palacio del Gobierno (onde o presidente mora e trabalha) e a Municipalidad (prefeitura), além de outros prédios pintados de amarelo e com balcões, que encontramos nas outras cidades que visitamos.





Começamos a visita pela Catedral de Lima. Ela é muito bonita, e o mais interessante é a cripta com os restos mortais do conquistador Francisco Pizarro, o Pedro Álvares Cabral do Peru. Não demos sorte, e a visitação não estava disponível (acho que fica fechada aos domingos), mas encontramos uma cripta com ossos de algum mortal, não sei se do Pizarro ou se dos arcebispos de Lima e vice-Reis do Peru que eram enterrados na catedral.



Fotos são permitidas lá dentro, mas como estava tendo missa um guardinha pegou no nosso pé. Ao redor do altar está um gigantesco coro talhado em cedro com imagens de santos, e pelo que li, é único no mundo.



Também fechada para visitações no domingo, na catedral está um museu de arte religiosa, com pinturas e esculturas.

No Palacio del Gobierno, todo dia ao meio-dia tem a troca da guarda. Não tão glamourosa como a troca da guarda londrina, mas igualmente muito bonita. Você tem que se aproximar um pouco mais cedo para conseguir um bom lugar no centro e na frente para conseguir ver tudo, coisa que não tivemos tanta sorte, mas mesmo assim foi legal.



Logo depois da troca da guarda fomos almoçar, e descobrimos os úteis "menus turísticos", normalmente constituídos por 2 ou 3 opções de 2 pratos (entrada e principal) e uma bebida ou sobremesa. Valem a pena por ser bem mais em conta do que pedir a la carte, e ainda ganhamos uma tacinha de pisco sour para experimentar.


Lima, Peru - 11/8 - Parte 1

Normalmente nunca chove em Lima, mas o céu está sempre cinzento, com cara de chuva. O máximo que pegamos foram chuviscos, mas a temperatura em agosto é louca que nem em São Paulo: frio de manhã, calor à tarde e esfria novamente à partir das 5 da tarde, portanto estávamos sempre com uma mochila para guardar os casacos no decorrer do dia, e vesti-los novamente ao cair da tarde.

No domingo acordamos logo cedo, tínhamos um dia longo. Táxi não é tão caro, se comparado com SP, mas se você se locomover o tempo todo de táxi no final das contas vai acabar gastando muito. Ônibus apesar de baratos não são muito convidativos, porque são pequenos, feios, velhos, caindo aos pedaços e sempre lotados.

Como íamos longe, resolvemos experimentar um meio de locomoção que eles chamam de ônibus metropolitano, mas que pra mim é um tipo de de metrô, o BRT. Muito confortável, de valor infinitamente mais em conta do que táxis e relativamente fácil de usar. O site oficial é esse: http://www.metropolitano.com.pe/index.php/como-usar-el-metropolitano/servicios/servicio-regular.
A única pegadinha que encontramos foi que você compra o cartão de acesso e os créditos em máquinas que não dão troco, portanto use moedas!!

Nosso passeio hoje era no centro histórico de Lima, que fica longe de Miraflores. Descemos na estação do Paseo de los Heróes Navales, uma praça que fica no começo do centro histórico. É um lugar bonito, num lugar feio. A sua volta você encontra o Palacio de Justicia, Museo de Arte Italiano e o Museo de Arte de Lima. Não tem muita gente passeando por lá, mas tem policiamento em cada esquina. No começo ficamos com medo de pegar a máquina do Mauro e tiramos algumas fotos timidamente com o celular, mas depois vimos que aparentemente não tinha problema e tiramos algumas fotos.



Palacio de Justicia
 


De lá seguimos pelo Jirón de la Unión, uma rua longa de pedestres, que parece com a Calle Florida de Buenos Aires. É uma tradicional rua de comércio, e como estava cedo, vazia e com a maior parte das lojas fechadas pelo horário por ser domingo, seguimos por ela seguindo um grupo de turistas até a Plaza San Martín.

Lá estava lotada de turistas, é uma praça pequena mas muito bonita, rodeada por prédios brancos. No centro dela está a estátua do General José de San Martín, que dá nome à praça e que foi importante para os peruanos por liderar a independência do Peru (e da Argentina).




Seguindo pelo Jirón de la Unión encontramos a Iglesia de la Merced. Linda-linda-linda!

É uma igreja de apenas uma torre, no meio de 2 prédios, com a fachada toda entalhada em pedra. No nicho central está Nuestra Señora de la Merced, padroeira das forças armadas peruana. Ela foi construída no mesmo lugar onde foi realizada a primeira missa em Lima, nos idos de 1500. Chegamos bem à tempo da missa da manhã. Muito bonita, com canto gregoriano inclusive...




Lá começou a minha revolta com os espanhóis colonizadores. Encontramos uma estátua de um santo que era um espanhol! O cúmulo...



Ainda pelo Jirón de la Unión, chegamos na Plaza Mayor, ou Plaza de Armas. Todas as cidades do Peru tem uma, onde era o centro comunitário e de força das cidades.


Lima, Peru - 10/8 - Parte 3

O Parque de la Reserva é um passeio que vale a pena aproveitar no final de tarde, para conhecer durante o dia, e depois que anoitece, porque o lugar se transforma!
O parque é formado por 13 fontes, algumas delas interativas.
As mais legais são o Túnel de Las Sorpresas, Laberinto del Ensueño e Fuente de la Fantasia.
Túnel de las Sorpresas
O Túnel de las Sorpresas é um túnel mesmo, só que formado por jatos de água que passam sobre a cabeça. É divertido, e você pode se molhar um pouco.

Laberinto del Ensueño
O Laberinto é o mais divertido e cheio, é formado por círculos de água que sobem e descem sem avisar e o objetivo é chegar até o centro (e voltar) sem se molhar. Crianças de todas as idades estavam se divertindo lá, mesmo com o frio que fazia em Lima. O parque tem vestiário bem perto da fonte, mas eu dei uma olhadinha e tive a impressão de que estava fechado.

Fuente de la Fantasía
A Fuente de la Fantasia é um show à parte. É a maior do parque, e à noite, iluminada, tem um show com águas dançantes ao som de música clássica. Eu achava que seria algo parecido com o espetáculo de fim de ano lá do parque do Ibirapuera, em São Paulo, mas não tem nada a ver. É lindo demais, e não tem fotos porque filmamos boa parte do show.
Há três apresentações diariamente: 19h15, 20h15 e 21h30 com duração de 1/2 hora. Chegue um pouquinho mais cedo na fonte para tentar ficar na frente, porque lota de gente. Não vi em lugar nenhum do parque qualquer indicação do show, portanto se você for visitar o parque, programe-se e anote os horários porque vale a pena!

Saímos do parque logo depois do horário da primeira apresentação e voltamos para o Shopping Larcomar, para jantar. Comemos no restaurante Café Café. É caro, as mesas para 2 pessoas são pequenas e apertadas, mas a comida é boa e tem vista linda para o mar limeño.

De lá voltamos para o hotel porque estávamos exaustos, e as férias estavam só começando!

Lima, Peru - 10/8 - Parte 2

O Shopping Larcomar é uma coisa rhica e phyna demais! Já tinha lido que não dá pra ver o shopping se você estiver na calçada porque está localizado numa falésia, mas ao vivo é incrível!

Lá você encontra lojas de grife e caras. É bom pra olhar mesmo, ter idéia de preços abusivos de artigos típicos peruanos, como produtos feitos com lã de alpaca, e tem muita gente bonita.
Tomamos um café no Havanna, demos uma volta, e encontramos um supermercado lá dentro. Mercados em geral são bons pra conhecer o que os locais consomem, conhecer novos produtos, frutas, doces...
Aproveitamos e tiramos algumas fotos da vista do shopping, que é linda e dá direto pro mar.

Na rua, no acesso ao shopping existe uma praça muito bonita, sempre repleta de gente: turistas tirando fotos, gente correndo, andando de skate, de patins, crianças brincando... é realmente um lugar muito bonito e agradável, e acabamos fazendo do shopping nosso QG em Lima.
De lá resolvemos ir ao Parque de La Reserva, famoso pelo Circuito Mágico del Água, o maior conjunto de fontes em um parque público do mundo.
 

sábado, 14 de setembro de 2013

Lima, Peru - 10/8 - Parte 1

Pegamos um voo Guarulhos-Lima de madrugada, chegando a Lima pela manhã do dia 10/8.
O aeroporto é... interessante. Logo que você passa pela Polícia Federal é abordado por muitos taxistas.
Nos livramos de todos e fomos direto ao guichê da Claro para tentar comprar chips para nossos celulares. Roaming do Brasil não rola, muito caro! Não deu certo, mas não desistimos.
Depois fomos ao guichê de informações do aeroporto, saber sobre como funciona guardar as malas, porque passamos nosso último dia no Peru em Lima, e sem hotel. E não queríamos ficar presos no aeroporto, portanto tínhamos que nos informar com antecedência.
Aproveitamos e perguntamos quanto seria a corrida para Miraflores e fomos encarar os taxistas!

# Se você está pesquisando sobre o Peru, saiba que tudo é negociado, inclusive os táxis. Não existe taxímetro, antes de entrar no táxi você pergunta ao motorista quanto sai a corrida, negocia, e vai (ou não). Se não chegar a um acordo, se olhar para o lado vai ver 1 ou 2 táxis fazendo fila para negociar com você, portanto don't panic! #

É interessante observar a mudança de paisagem urbana enquanto muda-se de bairros. O ponto em comum era que a cidade estava toda em reforma, ruas estavam totalmente fechadas, ou parcialmente, para o trânsito de automóveis. Existe muita pobreza, muitos prédios simples, e eu fiquei feliz por termos escolhermos o simpático bairro de Miraflores para nos hospedar. Não sei se o taxista foi simpático ou faz parte do caminho, mas ele nos levou pela praia até o possível até nosso hotel.

Chegamos, fizemos check-in. O quarto não era muito grande, a vista era horrível, mas não pretendíamos ficar na janela, então não tinha problema! Estava limpo, arrumado, o hotel era bem localizado e era isso que importava.
Nossa primeira providência ainda era conseguir chips para os celulares, nos informamos e fomos para uma loja da Claro a algumas quadras do hotel, onde fizemos pacotes pré pagos de 10 dias.

# No Peru existem 3 empresas de telefonia celular: Claro, Movistar e Nextel. A última estava riscada da nossa lista, e a primeira era a mais próxima do hotel. #

Resolvido o tema dos celulares, fomos buscar algum lugar para almoçar e depois seguimos para o Shopping Larcomar.

Organizando a Viagem

Não gostamos de viajar com pacotes de agências de viagens.
Eu viajei assim 2 vezes na vida: aos 15 anos para a Disney e aos 18 para a Europa, por causa do intercâmbio de férias.
As viagens seguintes, que não foram muitas, foram baseadas em muitas pesquisas e livros de turismo. Para o Peru não poderia ser diferente.
Hoje em dia é tudo mais fácil, temos a internet, e vários sites de pessoas que viajam pelo mundo. É só pesquisar, tem para todos os gostos, de viagens mais elaboradas (e caras) a mochileiros (e econômicas).
Gosto de conforto, mas não esbanjo dinheiro.
Então passei uns 2 meses pesquisando, vendo os destinos mais interessantes, os passeios mais legais, os museus mais úteis, e bolando um roteiro bem completo para tirar máximo proveito dos nossos 15 dias de  férias.
Reuni mais de 20 sites, muitos roteiros, inspirações, previsões orçamentárias, fotos. O Mauro dizia que quando chegássemos lá não teria mais graça, porque já tinha visto tudo.

Quando terminei, tinha quase 30 páginas, e foi mais útil do que eu pensava.
Olhando para trás vejo que acertei em muitas coisas. Errei na ordem das cidades a visitar.
Nós fomos para Lima, Cusco (Machu Picchu) e Arequipa (Cañon del Colca), nessa ordem.
Então, se você pretende conhecer o Peru, faça um favor a você mesmo, e deixe Cusco por último, porque nada vai ser mais lindo e mágico do que essa cidade.
E tenho dito!